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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Saudade dos ídolos de outrora...


No último sábado (02/06), tive a oportunidade de acompanhar o duelo de boxe entre Acelino "Popó" Freitas e Michael Oliveira. O Popó todos devem conhecer, multicampeão e um dos principais boxeadores que o Brasil já teve; Quanto ao Michael, para os que não conhecem, ele também é brasileiro, jovem e campeão latino dos pesos médios do Conselho Mundial de Boxe.

Pode ser que você queira me perguntar: "Que "diaxu" é isso, Orsení!? O Popó "num" tinha parado de lutar?" Sim, ele havia se aposentado das competições. Acontece que o tal Michael Oliveira, que, além do título, tinha mais de 15 lutas em seu currículo e nunca havia perdido, resolveu desafiar o Popó. Na minha opinião, só pra aparecer. Fato é que o "garoto" insistiu (provocou) tanto que o Popó acabou aceitando, mesmo estando sem lutar desde abril de 2007. Segundo Popó, o convite só foi aceitado para propiciar ao seu filho a possibilidade de vê-lo lutando ao menos uma vez.

Antes da luta, os lutadores trocaram farpas e o combate acabou ganhando um ar de decisão. Michael, de um lado, dizia que iria derrubar o multicampeão; Popó, por sua vez, afirmava que tinha certeza que iria nocautear Michael Oliveira, mas antes iria machucá-lo "um pouco". Muita gente apostava em Michael por achar que Popó, tendo 36 anos, não aguentaria todos os rounds, mas aí veio a luta...

Foi um show de Popó! O baiano dominou a luta, passando por raros momentos de dificuldade durante o combate. Como havia dito, Popó machucou Michael antes de encerrar o combate com um nocaute. Foram dois golpes que levaram Michael ao solo e na terceira queda o combate foi encerrado. Não vou me deter aos detalhes do combate, pois quero tratar de uma outra questão, mas para os que não puderam acompanhar a luta, segue abaixo o vídeo completo do combate (com narração e comentários em espanhol):


Pra quem não tiver tanta paciência, segue o vídeo com os melhores momentos da luta:


Vou confessar para vocês que me arrepiei assistindo a vitória do Popó e só não me exaltei na comemoração porque estava na casa do meu avô, devia ser aproximadamente meia-noite e só eu estava acordado. Alguém pode falar: "Ah, mas isso é exagero! O que tem demais em uma simples luta?" Eis a questão: não foi uma simples luta! Não pra mim.

O Popó foi (e digo "foi", no passado, porque ele já havia se aposentado dos ringues 5 anos atrás), na minha opinião, um dos últimos ídolos que o esporte brasileiro teve, junto com Guga, Senna, Ronaldo Fenômeno e, talvez, mais um ou dois nomes. Dito isto, poder ver o Popó novamente no ringue, com 36 anos de idade, mostrando a mesma competência de antes, deixando perdido com suas esquivas um cara bem mais novo e que ousou desafiá-lo e ainda vencendo no melhor estilo Popó (por nocaute)...tudo isso me fez voltar a sentir um orgulho que há muito eu não sentia, mas não apenas isso. Fiquei a refletir sobre o momento atual do esporte brasileiro e os ídolos da atualidade...

Sinceramente, de quem nos lembraremos com tanto orgulho nas próximas décadas? Neymar? Talvez. Talentoso, carismático, me parece ser, hoje, o principal (ou até mesmo o único) candidato à posição de ídolo nacional. Ainda assim, é muito pouco. O país precisa de novos ídolos, o esporte nacional precisa de um novo ídolo. Estamos perdendo o orgulho que sempre tivemos. Em 2014 sediaremos uma Copa do Mundo e boa parte da população brasileira, atualmente, não consegue mais vibrar com a nossa seleção. A mídia constantemente tenta criar novos ídolos, como Rubinho e Massa na Fórmula 1, Bellucci no Tênis, os "Gladiadores do Novo Milênio" (segundo Galvão Bueno) que se apresentam nos eventos do UFC, entre outros tantos, mas nenhum deles parece se enquadrar no papel de ídolo.

É lamentável que um país com tanto potencial se limite ao futebol para construir ídolos. São tantos os nomes saudosos do nosso esporte, no vôlei, no basquete, no atletismo, na natação, no automobilismo, no tênis...se contentar com "bons atletas" é muito pouco para quem, em algum momento, atingiu a excelência.

Que saudade dos ídolos de outrora...

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